segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As oficinas de leitura e criação

As oficinas de leitura e criação foram ministradas por nossas bolsistas, a Suzel e a Denise, que nas fotos aparecem ao lado da Ana Carolina, responsável pelo Espaço de Linguagens do CICC e que também ministrou as oficinas para os alunos do 9 ano, juntamente com o Giuliarde e o Layon, que estabeleceram uma relação muito gostosa com a turminha de alunos. As fotos foram tiradas dentro do auditório do CICC, onde as oficinas foram realizadas.



Aqui aparecem a Denise, a Suzel e a Susanna (coordenadora  e responsável pelo Projeto) em ótima companhia! O poeta e professor Frederico Barbosa sorridente após as oficinas de criação que ministrou para nós. Muitos roteiros de leitura e criação de poesia foram anotados e estudados depois por todos nós. O melhor fizemos para proporcionar aos alunos do 9 ano das escolas de Ensino Fundamental do Minicípio de São José do Rio Preto, em São Paulo, o que a poesia é capaz de fazer! Melhorar o nosso olhar para o mundo e a fazer a gente pensar nas palavras como o lugar do nosso poder de expressão!
Nas fotos, Denise, Fred e Suzel; Denise, Fred, Denise e Susanna; Fred, Suzel e Susanna. Foram dois dias maravilhosos! 



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Preparando a terra

Um jardim tem de ser bem preparado para receber as flores e as plantas. E conhecer como essas flores e plantas respiram, crescem e ficam bonitas é importante. A turma toda dos meninos e meninas adorou esse momento de descobertas. A Marillanda Ferreira Bellini, essa professora doutora que entende tudo de biologia e de plantas, mostrou como a natureza transforma esse gás carbônico, que está na atmosfera, em oxigênio. Sabida essa professora! Colocou todo mundo pra fazer uma experiência muito bacana. Como essa turma se diverte!


Olha agora esse pessoal todo concentrado...


A experiência era a seguinte. Os meninos e as meninas tinham de perceber que o pigmento verde, que é responsável pela fotossíntese nas plantas, está presente mesmo nas folhas com pigmentação de cores diferentes, como roxas, vermelhas e amarelas. Pois é! Não precisa ser verde na natureza para ser responsável pela fotossíntese! Como na vida, as plantas são de cores e tamanhos e estilos diferentes, mas todas, todinhas realizam a fotossíntese. Fotossíntese pra quem não lembra é o processo realizado pelas plantas de absorver o gás carbônico emitido no ambiente e devolver  em forma de oxigênio, que é o gás que a gente e os animais respiram! Ufa! Saber isso faz toda diferença, sabiam?


E o que isso tem a ver com poesia? Tudinho!


As palavras estão aí no mundo, não é? Usamos a todo instante para comunicar nossos pensamentos e desejos. Elas servem para a gente representar nossa alegria, nosso desejo e, também, nossa raiva, nossa tristeza, nosso desencanto com as coisas. Do jeito que uma folha traga todo o gás do ambiente e devolve esse gás transformado, as palavras também tragam do pensamento da gente todo desejo, toda alegria ou tristeza. E lá dentro da cachola da gente, essa palavra se vira do avesso pra traduzir da maneira melhor que puder esse desejo, essa alegria ou essa tristeza, de um jeito bem bonito. Quanto mais a gente pensar em como traduzir o desejo por meio das palavras, mais essas palavras vão ficar atraentes, interessantes e causar impacto no mundo.


O exercício dessa turminha de meninos e meninas era exatamente esse: perceber que a natureza faz parte da gente assim como a poesia: plantas e palavras, todas precisam de muito cuidado para representar toda beleza que a gente puder dar a elas!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Uma pedrinha no jardim



A plaquinha do jardim diz muito sobre como esses meninos e meninas percebem o mundo. Seu jeito displicente, às vezes no modo de andar, de sentar ou de falar, esconde um modo surpreendente de ver as coisas ao redor. O que seria tirar sonhos da cartola? Imagem que reúne no gesto do mágico o poder de fazer muito mais, talvez o impossível. Quem se não o poeta, esse mágico que troca coelhos por sonhos, a ensinar a gente que há sempre neste jardim palavras como lagartas se espreguiçando ao sol, comendo o verde de tudo para se transformar em semente de flor? 

Nossos meninos e meninas, logo ao final desses encontros entre as flores, disseram na sua simplicidade muita coisa bacana, como as que estão gravadas logo aqui embaixo... Não contei pra eles, mas adubei nosso jardim com essa espontaneidade toda. Por isso tem tanta mudinha nascendo linda por lá. É só espiar.

A Poliana J. S., da Escola Luiz Jacob, gostou bastante de tudo e confessou que "antes de participar deste projeto, achava as poesias meio sem sentido, mas depois das explicações das professoras, passei a apreciar e interpretá-las diferente! Também gostei muito da oficina de biologia, acho que podia ter mais no projeto, são bem interessantes... Eu acho que esse projeto deve continuar e cada ano se aprofundar mais...afinal a poesia pode melhorar muito a vida dos adolescentes. Ela ajuda a sair um pouco da rotina! Obrigada professoras por todas as aulas...vou levar comigo para todo sempre o que aprendi!".

A Poliana falou da oficina de biologia... na verdade, o que a gente fez foi mostrar para essa garotada um pouquinho da natureza das flores e das plantas, que cuidados a gente deve ter com elas, como plantá-las e como respeitar o seu ciclo de vida. Como tudo na vida, não é? Um verso não se faz assim sem cuidado, como uma flor não vinga sem atenção.

As palavras estão aí pra servirem a gente, mas saber como cuidar delas no canteiro da nossa linguagem e do nosso pensamento faz uma enorme diferença. Podemos dizer coisas impactantes sobre a vida, como, por exemplo, afirmar que no meio do caminho tinha uma pedra e fazer dessa pedra o grão mais duro e mais difícil, capaz de interromper até o verso... Ah! todo mundo já sabe que Carlos Drummond de Andrade era também um jardineiro muito sabido... "No meio do caminho" foi a primeira lição da pedra que nossos meninos e meninas tiveram quando pisaram o jardim de poesia...


As sementes do jardim


Parece tudo muito simples e arrumadinho quando a gente visita o jardim hoje. É que a gente não consegue ver por trás de cada plantinha quanta terra e adubo foram necessários para que hoje essa mudinha estivesse brotando sozinha. Assim foi com cada menino e com cada menina do grupo inteiro de leitores. Hoje eles estão palavreando seus desejos e encantos nos seus cadernos e bilhetinhos pra namorados. Sabidos eles. Têm consciência de que a palavra é muito mais do que sentido. Mas para chegar até aí não foi fácil não. A Suzel e a Denise que o digam! Na foto sorridentes ao lado da Susanna e do Sérgio. Mas vamos contar direitinho como tudo começou.

Um jardim necessita de um jardineiro para ensinar às suas plantinhas como desabrochar. É um tal de regar aqui e ali, adubar acolá, ensinar pra ficar livre de versinhos sem rigor, ensinar namorar versos já sabidos de tudo: de imagem, de som, de ritmo.



Convidamos um jardineiro-poeta que adora falar com as plantas. Frederico Barbosa veio especialmente para o centro de nosso jardim para orientar as nossas jardineiras e jardineiros aprendizes a como adubar a terra, preparar o solo, escolher os versos, perceber no reflexo das palavras as imagens na sua sintonia com o mundo, como som e como ritmo. Papo gostoso o do Fred, que veio aos pouquinhos fazendo todo mundo perceber nos poemas já crescidos que trazia o poder que toda palavra tem de causar impacto na gente.

Depois, foi nossa vez de exercitar o gesto de recolher da terra das nossas palavras o melhor que podíamos. Começamos a brincar com as dimensões de concretude e de abstração que as palavras geravam quando conseguíamos fazer delas um desejo de correspondências sonoras, táteis, visuais...

Ficamos todos maravilhados com a possibilidade de também ensinar aos meninos e meninas a singularidade das flores, e o mistério que as faz crescer assim tão bonitas. Na verdade, não há mistério algum. Há trabalho, muito trabalho. Há percepção e conhecimento. Uma flor dessas não nasce de qualquer canteiro. Pra ficar linda e fresca e forte, tem de ter sido pensada em cada pedacinho de raiz, caule, folha, pétala, pólen. Cada fibrazinha respira esse jeito sabido que o jardineiro de unhas cheias de terra e minhocas consegue plantar como semente na terra fofa que habita a sensibilidade de cada menino e menina de nosso jardim.

Fred foi o nosso jardineiro-mor. A primeira etapa das nossas flores. O jardim já começava a respirar poesia.

O jardim abre as portas

Um desejo tem de ter pés no chão (é um desejo de Famas... Cortázar explica isso melhor que Freud...), e assim foi logo tratando de fazer tudo direitinho conforme o CONVÊNIO SICONV Nº 703517/2009 – MINC/FNC e ao Edital nº 01/2009 do Programa de Apoio à Cultura em Interface a Extensão Universitária do Estado de São Paulo – 2009. Sem esse convênio e apoio e verba não seria possível levar adiante uma ideia tão legal.

A ideia era semear leitores, ou, em outras palavras, fazer germinar um leitor em cada menino ou menina que caminhasse pelo jardim de palavras que construímos com bastante carinho e seriedade. Só com amor as coisas não vingam. Há necessidade de muita razão para colocar as colunas desse jardim de pé, caso contrário elas não sustentam o pergolado de palavras e finas imagens que tínhamos projetado.

Então, conversando com professores bem antenados com a ideia, combinamos de atender a cinco escolas de Ensino Fundamental do Município de São José do Rio Preto, que é uma cidade muito importante na região Noroeste do Estado de São Paulo.

As escolas eram: Escola Municipal Prof. Darcy Ribeiro; Escola Municipal Prof. Luiz Jacob; Escola Municipal Prof. Michel Pedro Sawaya; Escola Municipal Paul Harris Percy. Os meninos e as meninas que cursavam o 9° ano começaram a participar dos encontros. No início ficaram meio tímidos, riam muito, conversavam bastante. Aquelas flores esquisitas assim... os sons que faziam... as rimas internas... tudo soava como um jogo. Um jogo cujas regras todo mundo foi aprendendo aos poucos.




Como tudo começou

Era uma vez um desejo. Nasceu grande e faminto mas muito desengonçado. Suas pernas tortas e seu olhar arregalado para o mundo dava-lhe um ar de sonhador que apenas lhe concedia o direito de ter um passaporte para a Lua. Era um desejo adolescente, mas bastante singular. Passava os dias pensando em como seria bom andar com suas próprias pernas em meio a uma floresta de signos, onde as cores, os perfumes, os sons, as formas do mundo enfim, todas juntas, se corresponderiam, trocariam entre si sensações e pensamentos.

E esse desejo foi crescendo e crescendo, aprendeu a ler e devorou todos os livros. Recortou todos os versos que achava inteligentes e fez um jardim. Começou a regar os brotinhos que despontaram, como sílabas toantes, olhando à-toa a luz que de vez em quando entrava nesse espaço que ia ficando cada dia mais bonito. E um dia, após o almoço, descansando numa estrofe prontinha, teve a grande ideia! Esse desejo sabido e experiente resolveu abrir as portas do seu jardim para os meninos e as meninas que rondavam curiosos aquelas flores esquisitas.




Foi assim que tudo começou: de um desejo que cismou em continuar sonhando, brotou um jardim de poesia! A Susanna e o Sérgio levaram adiante essa ideia e conversaram com um lugar bacana, o CICC, um centro de ciência e cultura bem legal e moderno, que também vive sonhando com as estrelas a cada vez que o seu planetário abre as portas para as crianças e para os adultos viajarem pelo universo. Não podia dar mais certo. Todo mundo foi conversar com a professora Telma, secretária de educação do município, e com a professora Marinês, essas duas pessoas incríveis que sabem que em Educação toda ousadia é pouca. Pronto! O desejo estava sendo realizado!

A UNESP, mais o CICC e mais a Secretaria de Educação do Município de São José do Rio Preto se uniram para dar conta de um projeto muito legal, que teve apoio importante e fundamental do Ministério da Cultura e da PROEXT-SP.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Nasce um jardim!

 No dia 03/12/10 foi inaugurado o nosso Jardim de Poesia, em uma área de, aproximadamente, 1.500 m². Azaléias, lírios amarelos, cambarás, resedás e dionelas são apenas algumas das espécies cultivadas, que servem de molduras para os poemas feitos pelos alunos do projeto. A inauguração contou com a presença da secretária de educação municipal, Telma Vieira.